Cork - A industria da cortiça e seus derivados
A Sic apresentou hoje uma reportagem interessante sobre a cortiça.
Há que fazer justiça à produção deste composto extraído do sobreiro sob os mais variados aspectos.
Primeiro porque é um investimento que requer paciência. 25 anos é o tempo médio desde que se planta um sobreiro até que se extraia a 1ª tirada de cortiça, a virgem.
Daí que para os apressados do investimento e lucro imediato, este seja um negócio a descartar.
Depois em estado adulto podem ter expectativas de tiradas de 9 em 9 anos.
As zonas do Alto e Baixo Tejo, Alentejo e Algarve possuem condições climatéricas excelentes para a produção de sobreiros pelo que nestas zonas estamos numa situação privilegiada para a produção de cortiça.
Há no entanto factos que a a reportagem da SIC não referiu e que têm a ver com as condições de mercado.
Santa Maria da Feira sempre foi a região por excelência que concentra a industria deste sector. No entanto durante muito tempo esta concentração era não só excessiva como injusta já que estava longe do centro de recolha da matéria prima.
Só à alguns anos é que os industriais do sector, os "senhores do dinheiro", ou os investidores, como lhe queiram chamar, é que perceberam que se recolocassem industrias de recolha e 1ª selecção junto da matéria prima teriam redução de custos de produção. Não bastava ser de Santa Maria da Feira para instalar toda a linha de extracção, recolha, transformação e comercio no mesmo local, havia que deslocalizar a 1ª fase do processo para junto da origem,
Daí começaram a surgir fabricas no Alentejo, algumas felizmente no concelho de Ponte de Sor criando alguns postos de trabalho.
Voltando um pouco atrás a recolha de cortiça da árvore é feita ainda de uma forma um pouco artesanal, havendo alguns especialistas na extracção da mesma, sendo obviamente bem remunerados pelo trabalho especializado.
Nesta descentralização de fábricas pelo Alentejo, surgiram alguns outsiders que tentavam a sua sorte neste mercado, só que em Portugal este sector é ainda muito concentrado no que à concorrência diz respeito e pelos relatos que me chegam, praticaram-se alguns negócios perto daquilo a que se chama Dumping para que estes industriais mais "pequenos" fossem eliminados.
O que quero dizer com isto é que os pequenos produtores que tinham "meia dúzia" de sobreiros de repente viram-se surpreendidos por ofertas 2 ou 3 vezes superiores ao preço de mercado que anteriormente lhe ofereciam pela sua cortiça. Obviamente todos satisfeitos aceitavam as melhores ofertas e assim, "varreram-se" alguns concorrentes do mercado.
A partir daí com um poderio financeiro dos mais fortes, a industria desenvolveu-se e modernizou-se ao ponto de criar uma industria de transformação mais criativa que vai muito além das tradicionais rolhas de cortiça, que se viram ameaçadas pelas surgimento das rolhas de materiais plásticos e outros compostos
Carteiras, roupa, chapéus de chuva, brinquedos, e muito mais, entraram no mercado como produto final, também como necessidade se reinventar novas formas de produto final face à ameaça das "novas rolhas".
Para o futuro prevê-se a criação de novas tecnologias de extracção mecânica de cortiça, até porque os sábios "tiradores de cortiça" estão em vias de extinção e não há uma nova geração que tenha seguido a aprendizagem do oficio.
Há que fazer justiça à produção deste composto extraído do sobreiro sob os mais variados aspectos.
Primeiro porque é um investimento que requer paciência. 25 anos é o tempo médio desde que se planta um sobreiro até que se extraia a 1ª tirada de cortiça, a virgem.
Daí que para os apressados do investimento e lucro imediato, este seja um negócio a descartar.
Depois em estado adulto podem ter expectativas de tiradas de 9 em 9 anos.
As zonas do Alto e Baixo Tejo, Alentejo e Algarve possuem condições climatéricas excelentes para a produção de sobreiros pelo que nestas zonas estamos numa situação privilegiada para a produção de cortiça.
Há no entanto factos que a a reportagem da SIC não referiu e que têm a ver com as condições de mercado.
Santa Maria da Feira sempre foi a região por excelência que concentra a industria deste sector. No entanto durante muito tempo esta concentração era não só excessiva como injusta já que estava longe do centro de recolha da matéria prima.
Só à alguns anos é que os industriais do sector, os "senhores do dinheiro", ou os investidores, como lhe queiram chamar, é que perceberam que se recolocassem industrias de recolha e 1ª selecção junto da matéria prima teriam redução de custos de produção. Não bastava ser de Santa Maria da Feira para instalar toda a linha de extracção, recolha, transformação e comercio no mesmo local, havia que deslocalizar a 1ª fase do processo para junto da origem,
Daí começaram a surgir fabricas no Alentejo, algumas felizmente no concelho de Ponte de Sor criando alguns postos de trabalho.
Voltando um pouco atrás a recolha de cortiça da árvore é feita ainda de uma forma um pouco artesanal, havendo alguns especialistas na extracção da mesma, sendo obviamente bem remunerados pelo trabalho especializado.
Nesta descentralização de fábricas pelo Alentejo, surgiram alguns outsiders que tentavam a sua sorte neste mercado, só que em Portugal este sector é ainda muito concentrado no que à concorrência diz respeito e pelos relatos que me chegam, praticaram-se alguns negócios perto daquilo a que se chama Dumping para que estes industriais mais "pequenos" fossem eliminados.
O que quero dizer com isto é que os pequenos produtores que tinham "meia dúzia" de sobreiros de repente viram-se surpreendidos por ofertas 2 ou 3 vezes superiores ao preço de mercado que anteriormente lhe ofereciam pela sua cortiça. Obviamente todos satisfeitos aceitavam as melhores ofertas e assim, "varreram-se" alguns concorrentes do mercado.
A partir daí com um poderio financeiro dos mais fortes, a industria desenvolveu-se e modernizou-se ao ponto de criar uma industria de transformação mais criativa que vai muito além das tradicionais rolhas de cortiça, que se viram ameaçadas pelas surgimento das rolhas de materiais plásticos e outros compostos
Carteiras, roupa, chapéus de chuva, brinquedos, e muito mais, entraram no mercado como produto final, também como necessidade se reinventar novas formas de produto final face à ameaça das "novas rolhas".
Para o futuro prevê-se a criação de novas tecnologias de extracção mecânica de cortiça, até porque os sábios "tiradores de cortiça" estão em vias de extinção e não há uma nova geração que tenha seguido a aprendizagem do oficio.
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